Capítulo 29

AJUDEM A CUIDAR DO EQUILÍBRIO
ECOLÓGICO, ANTES QUE O DESEQUILÍBRIO
ECOLÓGICO CUIDE DE VOCÊS

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante"

Albert Schweitzer, Nobel da Paz de 1952

"Para muitos, acreditar no fim do mundo físico é mais fácil que aceitar a possibilidade de um salto evolutivo na alma humana"

Carlos Cardoso Aveline, ambientalista

"Somos criaturas arrogantes e estamos prestes a sofrer os danos que estamos provocando a um sistema do qual somos apenas uma parte" 

James Lovelock, cientista, ex-funcionário da Nasa


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Roland Emmerich - cineasta, diretor do filme 2012


Foto: Attila Kisbenedek / Afp

Foto: AFP/ATTILA KISBENEDEK

Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

7 de dezembro de 2009 - Sessão de abertura - Copenhague


   link

Por favor, ajudem a salvar o mundo!


fotoilustração Jen Christiansen, Scientific American Brasil, out/2006


Angeli

Photo of a hand holding a globe


A maior parte dos capítulos deste livro foi pensada, em 1994, para responder as dúvidas apresentadas pelos alunos do Colégio Andrews e da Escola Municipal Silveira Sampaio, como já havia mencionado. Entretanto, este capítulo em especial, foi colocado por uma motivação pessoal, uma resposta a um sonho de uma noite quente do verão carioca. Estava, naquela época, estudando o assunto Tabagismo-Destruição ambiental e sonhei o seguinte: "por alguém haver jogado uma guimba de cigarro acesa às margens da estrada Rio-Bahia (estrada que fez parte de minha infância/adolescência, nas inúmeras idas e vindas às casas de familiares de Caratinga, Minas Gerais _um regalo, cuja lembrança me traz imenso prazer), um foco de incêndio foi criado, inicialmente torrando umas graminhas ressecadas, para logo em seguida alcançar arbustos e árvores de dimensões maiores. A minha atenção, entretanto, ficara presa a um grupo de formigas desesperadas que corria em desabalada carreira, berrando alucinadas (o sonho é meu, portanto...): 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', corre!, corre!, 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', corre! corre!, 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!', corre!, corre!, 'ai, minha bunda tá queimando!', 'ai, minha bunda tá queimando!'". Eu acordei péssimo naquela manhã.

Ziraldo - Campanha do Ministério da Saúde

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Tínhamos visto que, pelo ato de fumar, há, o que chamei de devastação da floresta de cílios, a corrosão daquelas vassourinhas dos brônquios que contribuem para a defesa do sistema respiratório humano.

No entanto, o tabagismo também participa da devastação das florestas tradicionais, seja pelo processo de preparo do fumo, seja pelo ato inconsequente do fumante que joga o final do cigarro, com a brasa ainda acesa, pelas janelas dos veículos, ao longo de um sem número de estradas, sem atentar que o mato está seco, nos períodos de estiagem. Vários estudos garantem que 20 por cento das florestas do mundo foram embora por este motivo, pela simples irresponsabilidade de jogar-se guimbas acesas no mato seco.

WWF

Vocês, alguma vez, já viram outdoors pedindo para que não sejam jogadas guimbas acesas pelas janelas dos veículos?

Em compensação, a cada quilômetro costuma haver uma imensa placa informando que esta ou aquela obra é "mais uma demonstração de como a prefeitura, o governo daquele estado ou o governo federal está trabalhando, realizando, embelezando, criando, melhorando, aumentando, recuperando, ampliando ou modernizando alguma coisa"...


O FUMO MATA

 NÃO TRATE A MARGEM DA ESTRADA COMO SE FOSSE UM CINZEIRO


Fogo!! Fogo!! Fogo!!

The Economist, maio - 2001.

A floresta amazônica torrando

 

Earth Song - A Música da Terra (Michael Jackson)

No preparo das folhas de tabaco que serão transformadas em cigarros, a secagem destas folhas é feita em fornos que se utilizam de madeiras. Milhões de árvores são "abatidas" todos os anos, para dar vazão à demanda. Recordo a vocês que, em 1992, apenas para o mercado brasileiro foram produzidos cento e vinte bilhões de cigarros. Aproximadamente, uma árvore é sacrificada para a secagem de apenas duzentos e cinquenta cigarros. É só vocês fazerem as contas: - para cada hectare de fumo plantado, um hectare de floresta é destruído.

Parece que muitos fumicultores acreditam que foi para isto que inventaram, por exemplo, a Mata Atlântica.

Ziraldo

Campanha do Ministério da Saúde

Além disto, após 4 a 5 anos de plantio, o sólo se torna praticamente árido. O que faz com que seja utilizada uma quantidade inimaginável de fertilizantes químicos, para tentar-se resgatar a energia perdida da terra. Mesmo que haja um reflorestamento, nada consegue recuperar a flora e a fauna originais.

Campanha SOS Mata Atlântica e Laboratório Boehring-Ingelheim

Quando comparadas, no Brasil, a poluição provocada pelas queimadas de nossas florestas, que geram 200 milhões de toneladas de dióxido de carbono, com aquela oriunda da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, carvão e, mais recentemente, gás natural) que emanam 80 milhões de toneladas do mesmo poluente, pode-se atestar que, se cessassem estas queimadas, o país seria um lugar com o ar bastante satisfatório para respirar-se. As queimadas e os desmatamentos brasileiros, liberam mais dióxido de carbono na atmosfera do que as indústrias e a frota automotiva juntas. Entre 1990 e 1994, 75% das emissões de CO2 do Brasil foram pelas queimadas, enquanto que os veículos e as indústrias responderam por 9 e 7% respectivamente.

foto Joel Silva, Folha Imagem, 14/05/05

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Queimada em Ribeirão Preto, São Paulo

Portanto, a continuidade desta prática desastrosa de fumar não se resume apenas a um mal individual ou familiar, tornou-se, há muito, uma ação nefasta, que contribui para o próprio desequilíbrio ecológico do nosso país e do planeta.

"Se o sistema tiver que adotar medidas radicais para buscar o seu equilíbrio, nem mesmo a morte de milhões de pessoas ou uma volta a Idade da Pedra seria um obstáculo. A elevação das águas (pelo aquecimento global) criará uma massa de refugiados que poderá chegar aos bilhões"

James Lovelock, cientista, ex-funcionário da Nasa

fotos SUPERINTERESSANTE, JUNHO-2001

Efeito estufa = geleiras derrentendo & terra rachando

Sem querer fazer terrorismo (e, já fazendo), a situação da nossa Terrinha "está pra lá de Marrakesh"(esta expressão, também é do meu tempo de adolescente).

O cigarro é parte presente em quase todo o lixo urbano. Por onde se ande, é só olhar para o chão e, lá estará aquela guimba semi-queimada (aliás, como é triste ver os mendigos que, como quaisquer outros viciados, precisam repor a nicotina, catarem aquelas guimbas para poderem diminuir um pouco a síndrome de abstinência). O fumante só poupa a própria casa. Se não houver ninguém olhando, ele lança o projétil até no assoalho de uma igreja, depois dá aquela pisadinha, que parece um passo de dança e segue viagem, até a nicotina voltar a tocar o alarme de novo.

Foi feito um trabalho nos Estados Unidos, precisamente nas areias das praias da Califórnia, onde coletou-se o lixo durante um período, separando-se posteriormente as guimbas de cigarro. Ao final, encontrou-se uma tonelada de guimbas, em pouquíssimo tempo.

Vivemos entre 1.300.000.000 (hum bilhão e trezentos milhões) de fumantes, como em uma floresta de cigarros

"Está na hora de entendermos que equilíbrio com a natureza não é coisa apenas de ambientalistas: ou fazemos todos juntos o que precisa ser feito, ou o planeta resolve as coisas à sua maneira", diz Eugênio Mussak, médico fisiologista e professor de biologia.

Kamil Yavuz © Istambul - Turquia

O prof. Genebaldo Freire chama a atenção, em seu livro Educação Ambiental, para o que parece ser uma ação conjunta entre os fabricantes de cigarros e os fabricantes de carros. Todos os automóveis tem um instrumental de apoio aos fumantes (isqueiros e cinzeiros).

foto: Associated Press

Incêndio florestal na Califórnia (EUA) - 2003

Vila real, Portugal - EFE

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Incêndio dizima florestas portuguesas _ 2004

Em meio a tanto descalabro, tanta inconsequência, não deixa de ser um pouco tranquilizador, saber que existe gente da melhor qualidade, fazendo o oposto da maioria, cuidando das florestas do Brasil. Acompanhem o monitoramento das queimadas do país, feito por satélites.

Uma historinha trazida à tona pelo escritor Paulo Coelho - Em 1855, um presidente americano enviou emissários ao cacique Seattle, solicitando que vendesse parte de suas terras aos brancos. Eis alguns trechos de sua resposta: "Como posso vender o céu e a terra? Não somos donos da brisa da manhã, nem do brilho das águas. Nós somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores são nossas irmãs. Os animais na planície, todos são parte de nossa família. A água cristalina nos rios é o sangue de nossos antepassados. O vento que deu a meu avô seu primeiro alento, também recebeu o seu último suspiro. O que acontece com a Terra, acontece também com seus filhos, que somos nós. A Terra não pertence ao homem, o homem pertence à Terra." (publicado no jornal Extra, em 3/fev/2000)

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado em 13/jun/2002, fez previsões sombrias para o futuro do planeta. Além do nível dos mares estar subindo, mais de 2 bilhões de pessoas estão sofrendo escassez de água. E, o pior é que a ONU estima que, em 2025, serão 4 bilhões de terráqueos (50% da população esperada) que estarão sofrendo de falta d'água. Este material vem respaldado por inúmeros trabalhos, super importantes, entitulado _ Desafio global, Oportunidade global. Saibam que 70% da água consumida no planeta vai para a agricultura. Portanto, como quase tudo o que comemos vem do que plantamos e tudo o que plantamos só tem vida porque a água lhe dá vida, temos que agir hoje para que a agricultura possa nutrir-nos dentro de duas décadas. Os vinte e três anos que nos separam, hoje, desta sombria, porém, realista estimativa da ONU, podem ter certeza, não significa rigorosamente nada. O desequilíbrio ambiental deve ser preocupação de vocês, sinto muitíssimo informá-los. Vejam, por este recente relatório da ONU, 2,4% do que ainda sobra das florestas do mundo foram destruídos nos anos 90.

Folha de São Paulo, 14/ago/2002

Metade da população do planeta estará sem água dentro de pouco tempo

Já ouvi gente dizendo: " È ruim de ficar sem água, com todo esse marzão que tem aí!?!". Acontece que a água dos oceanos é salgada (bããã...). Para se ter idéia do que existe de água doce na Terra, pense numa garrafa de 1 litro cheia d'água. Bom, desses 1.000ml apenas 30 ml são de água doce. Desses 30ml, a maior parte é feita de gelo, uma parte menor está tão poluída que não serve para o consumo. Boa para uso, é como se fossem apenas gotinhas daquele litro inicial. Outro questão que merece atenção é o próprio consumo de água, no século passado enquanto a população do planeta dobrou, o consumo de água aumentou em seis vezes.

ilustrações de Beth Kok

Nós temos a nossa parcela de responsabilidade, pois, o Brasil detém 8% de toda a água doce do mundo, sendo que 80% desse tesouro se encontra na Amazônia. Os especialistas dizem que ainda vai haver muito conflito sério por causa desse líquido maravilhoso.

Há pouco tempo, munido do meu melhor estilo mané, recebi, de um porteiro de edifício a quem perguntara se ele não achava que estava gastando muita água para ficar empurrando a ponta de cigarro queimado desde a entrada da garagem até o meio-fio da rua, a seguinte resposta: "vai cuidar da porra da tua vida, mermão!"... Mal sabia ele que, ao fazer-lhe aquela observação, estava justamente tentando cuidar da "porra" da minha vida.

Declaração de Estocolmo, 5 de junho de 1972. Este dia, o cinco de junho, passou a ser o:

 DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE.

O tema de 2003 do Dia Mundial do Meio Ambiente é justamente a água:
ÁGUA _ 2 BILHÕES DE PESSOAS MORREM POR ELA!

 

Em minha infância e adolescência, eu passava as longas férias escolares (4 meses por ano) numa região próxima à cidade em que nascera, chamada Região dos Lagos, mais precisamente numa cidadezinha de nome indígena _ Saquarema (que provavelmente significa _ aquele que pega onda pelo rabo). Para alcançarmos Saquarema, antes da construção da ponte que ligaria a cidade do Rio de Janeiro à Niterói (1974), tínhamos que atravessar a baía de Guanabara em barcaças, onde pessoas e automóveis iam bem acomodados, numa travessia deliciosa que durava uns 40 minutos (apesar de, às vezes, nos grandes feriados, ter-se de aguardar até umas quatro horas numa fila, por um lugar na barcaça). O mais pitoresco desta travessia, além da vista maravilhosa da cidade maravilhosa e do lado niteroiense, era sermos acompanhados por legiões de golfinhos, ao longo de todo o trajeto. Parecia um interminável filme, com toda a árvore genealógica do Flipper presente. Estas cenas marcaram o inconsciente coletivo dos cariocas de tal forma, que os golfinhos fazem parte da logo da cidade, sendo utilizada em qualquer documento oficial de nossa prefeitura. Triste mesmo, é sabermos que há décadas os botos desapareceram de nossa baía, desgostosos de nossos maus hábitos de emporcalhar as coisas (com todo respeito aos porcos) ou mortos pela poluição de nossas águas. Quando teço comentários a respeito deles com os meus filhos, sobre os golfinhos do passado, creio que eles fingem acreditar em mime na existência deles em nossas baías, tolerantes como somos ao concordarmos com a opinião de algum parente que sofra da doença de Alzheimer. Quase que a confirmar esta minha, ainda não assumida, demência senil, ouso afirmar que a violência urbana carioca tem absoluta relação com o desaparecimento dos golfinhos de minha época de adolescente.

 

Presentes na logo da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro nos governos Cesar Maia e Eduardo Paes, os golfinhos da baía de Guanabara foram afastados pela poluição que não paramos de produzir.

Os golfinhos que tomaram chá de 'sumiço', na verdade compõem o brasão da cidade do Rio de janeiro

Pois que bem, mesmo sem sermos ambientalistas ou pitonisas, estávamos certos em nossa avaliação do que acontece por aqui, até por que a degradação é evidentíssima: o tema do DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE de 2004 foi justamente a preocupação com o que estamos fazendo, não só na baía do Rio de Janeiro, mas em todos os mares, oceanos, lagos, lagoas, rios, riachos, córregos e baías do planeta. Pelo visto, não foram só os golfinhos da minha infância e adolescência que foram engolfados pela estupidez...

Elihu Dauyer

Procurados ! Mares e Oceanos_Vivos ou Mortos ?

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Kamil Yavuz, Istambul, cartunista

Enquanto isso, na paz de uma floresta que ainda está viva...

Ilha de Marajó - Brasil, araras ao vento, enquanto não vem o fogo! ( The Economist, maio - 2001)

foto Antônio Gaudério, F olha de São Paulo, 02/dez/04

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Floresta torrada no Pará.

foto Jarbas Oliveira, Folha de São Paulo

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Deserto em Gilbués, no Piauí

Ben Heine

Já no castelo de São Jorge, em Lisboa, uma árvore dirige-se aos que a visitam, dizendo:

foto Inês

" Ao Viandante - Tu que passas e ergues para mim o teu braço, antes que me faças mal, olha-me bem. Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de inverno. Eu sou a sombra que tu encontras quando caminhas sob o sol de agosto. Os meus frutos são a frescura apetitosa que te sacia a sede nos caminhos. Eu sou a trave amiga da tua casa, a tábua da tua mesa, a cama em que descansas e o lenho do teu barco. Eu sou o cabo da tua enxada, a porta da tua morada, a madeira do teu berço e do teu próprio caixão. Eu sou o pão da bondade e a flor da beleza. Tu que passas, olha-me bem e não me faças mal ".

foto Antônio Gaudério - Folha de São Paulo, 4.jan.2002

O biólogo Mário Moscatelli, desolado, senta-se sobre um sofá que foi jogado na lagoa da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Lá, também foram encontrados geladeiras, móveis e outros objetos de variadas dimensões, mostrando como ainda estamos longe da educação ambiental necessária. Se isto ocorre com um sofá numa grande lagoa, imaginem o destino de inocentes restos de cigarros acesos às margens das estradas. Eu daria dez tostões pelos pensamentos do biólogo, no exato momento da foto. Seriam eles semelhantes aos meus, quando vejo os adolescentes nas escadarias das escolas fumando desbragadamente, ainda mais sabendo que os coordenadores pedagógicos dessas mesmas escolas estão dormindo o sono dos justos?

Em 11 de junho de 2003, recebi um e-mail do biólogo que, sem cobrar-me os dez tostões prometidos, satisfez a minha curiosidade a respeito de seus pensamentos no momento da foto acima. Eis, portanto, a sua mensagem: " Eu sou o biólogo Mário Moscatelli da foto. Quanto ao que eu estava pensando, no momento daquela foto, era que estamos ferrados. Não sei por quanto tempo, mas, por enquanto, com a nossa cultura de usar até acabar e com os administradores públicos que temos, reflexo de nossa sociedade, estamos ferrados!!! Um abraço, Moscatelli.

Em 28 de março de 2005, em resposta a uma das mensagens que trocamos a cerca da destruição ambiental, Moscatelli me revela a manutenção de sua indignação: " Alexandre, com o tipo de administrador que temos no Brasil e no mundo, pode ficar esperando que não vai sobrar quase NADA! Eu não sei como reverter a situação e nem como enfrentar os inimigos".

O biólogo Moscatelli representa para mim o que de melhor existe na militância política, i.e., a busca incessante de melhoria no tema que abraça, pela associação da crítica que emerge do pensar com o suor da ação diuturna. Pois bem, lá está ele na manchete dos jornais educando gente a preservar o meio ambiente:

sobre foto de Custódio Coimbra, Jornal O Globo, 27/03/06

_ Moscatelli, não deixe a deprê te pegar, parceiro, tem rio na Indonésia em que a coisa está ainda pior...

A imagem abaixo, clicada em um rio da Indonésia, me fez pensar nos milhões de adolescentes que ficam chafurdados nas milhares de substâncias tóxicas do cigarro, pouco se lixando para os riscos. Mundo estranho...

Revista Veja, ed. 1765, ano 35, no. 33, 21.ago.2002

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A Indonésia poderá ser aqui

22 / março Dia Mundial da Água

ÁGUA

Campanha do Jornal do Brasil

À poluição das águas soma-se a poluição das areias das praias. Os fumantes que consomem cigarros nas praias do Rio de Janeiro têm o péssimo hábito de fazer de suas areias um cinzeiro natural. Na certa, imaginando que as guimbas de seus cigarrinhos e as cinzas lá batidas serão eliminadas daqueles locais por obra e graça de algum mágico pirlimpimpim. Um recente informe da companhia de limpeza urbana da cidade (COMLURB) dá conta de que são retiradas 1.500 toneladas de lixo das praias por mês. Neste lixo, entre cotonetes, sacos plásticos, cascas de coco, absorventes e preservativos, há grande destaque para as guimbas do serial killer. A presença destas centenas de milhares de restos de fumo altera a biodiversidade do local, inclusive por acabarem indo para a água do mar e servirem de repasto para peixes e outras criaturas mais desavisadas.

O caos climático, com o enlouquecimento dos fenômenos naturais, é considerado por muitos um efeito doentio da nossa própria imbecilidade. Nunca os furacões, por exemplo, foram tão frequentes e tão fortes quanto têm sido. É Frances pra cá e Ivan pra lá, a torto e a direito. Com a passagem do Frances, 1,5 milhões de residentes da Flórida, EUA, tiveram que largar as suas casas, em 2004. Coisa semelhante aconteceu na América Central, apenas uma semana depois, com a chegada do Ivan.

Furacão Katrina, Nova Orleans, EUA, 2005

"Nós já estamos testemunhando mais tempestades no mar e inundações nas cidades. Mesmo que paremos de emitir gás carbônico agora, estaremos fadados à mudança climática pelos próximos 30 ou 40 anos". Sir David King - cientista-chefe da Inglaterra, out/2004

foto Stephen Crowley / The New York Times

Furacão Rita, Texas, EUA, 2005 

"Se esses furacões fizerem certos lunáticos nos Estados Unidos admitirem o problema, algo de bom poderá emergir desta terrível situação". Sir John Lawton, Presidente da Comissão Real de Poluição Ambiental do Reino Unido _ set/2005

Infográfico O Globo, 04/jul/03

Senhor, preservai a floresta amazônica e a mata atlântica das guimbas incendiárias !!!

Encarte do CD MATANÇA, ilustrado por Augusto Jatobá, o próprio compositor, sobre devastação real em Eunápolis, Bahia

MATANÇA, de um de meus companheiros de viagem nesta louca e maravilhosa nave chamada Terra, AUGUSTO JATOBÁ_compositor, arquiteto, pintor, ilustrador e papo pra noite toda.

Cipó caboclo tá subindo na virola / chegou a hora do pinheiro balançar / sentir o cheiro do mato da imburana / descansar morrer de sono na sombra da barriguda / de nada vale tanto esforço do meu canto / pra nosso espanto tanta mata haja tanta vão matar / tal mata atlântica e a próxima amazônica / arvoredos seculares impossível replantar / que triste sina teve cedro nosso primo / desde menino que eu nem gosto de falar / depois de tanto sofrimento seu destino / quem por acaso ouviu falar da sucupira / parece até mentira / que o jacarandá / antes de virar poltrona porta armário / morar no dicionário vida eterna milenar / quem hoje é vivo corre perigo / e os inimigos do verde e da sombra / o ar que se respira / e a clorofila das matas virgens / destruídas bom lembrar / que quando chega a hora / é certo que não demora / não chame nossa senhora / só quem pode nos salvar / é caviúna, cerejeira. baraúna / imbuia, pau d'arco, solva / juazeiro, jatobá / gonçalo-alves, paraíba, itaúba / louro, ipê, paracaúba / peroba, massaranduba / carvalho, mogno, canela, imbuzeiro / catuaba, janaúba, aroeira, araribá / pau-ferro, angico, amargoso, gameleira / andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá.

Uma vez, ouvi Trigueirinho dizer algo que nunca mais esqueci: " Na Terra, nos tempos atuais, existem três tipos de pessoas. O grupo maior é o que trata a Terra como se ela fosse uma imensa caixa d'água onde jogam lixo de toda espécie, pouco importando-se com as consequências. Um grupo menor, formado por gente muito bem intencionada, esforça-se desesperadamente para limpá-la sem, obviamente, estar alcançamdo resultado prático algum. Um terceiro grupo, ainda mais reduzido de pessoas, é aquele que já intuiu que limpar esta caixa não é mais uma tarefa posível para os humanos e que a postura mais adequada seria a de coligar-se com as sintonias superiores e aguardar que seja feito um contato suprafísico com indicações sobre o que fazer...". Em que grupo você se colocaria hoje?


O Globo, 29/nov/2003

Alerta da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na Conferência Nacional do Meio Ambiente:

"Destruímos 93% da Mata Atlântica, desertificamos o nordeste, poluímos os nossos rios, avançamos de forma avassaladora sobre o cerrado e estamos ameaçando a Amazônia de forma preocupante".

Enquanto torramos as nossas florestas, os nossos matinhos e os nossos quintais, a campanha do dia mundial do meio ambiente de 2005 pedia para tornarmos verdes as cidades do mundo:

                    Veneza pode submergir com aquecimento _ Barreiras não conseguiriam deter avanço das águas, Jornal O Globo, 25/08/09

                                  Um estudo divulgado por cientistas italianos revelou que dentro de menos de 100 anos a cidade enfrentará enchentes diariamente e o sistema de barreiras que está sendo construído hoje de pouco adiantará. O Instituto de Ciências Marinhas de Veneza descobriu que com a elevação dos mares devido ao aquecimento global poderá provocar inundações na cidade até 250 vezes por ano.

                    Cheias no Paquistão são ‘maior desastre que já vi’ diz Ban Ki Moon _ BBC - Brasil, 15/ago/2010

                                   "Já visitei várias cenas de desastres naturais no passado, mas nada como isso", disse o secretário geral da ONU. link


Al Gore 

Albert Arnold 'Al' Gore Jr., ex-Vice-Presidente dos Estados Unidos, uma das mais importantes vozes mundiais da atualidade quando falamos sobre a preservação da vida no planeta e o aquecimento global causado pelo homem, é um ferrenho combatente do tabaco, sobretudo após haver acompanhado o sofrimento de sua irmã fumante, Nancy Gore Hunger, morta aos 40 anos por câncer de pulmão. O curioso na história da família Gore é que ela era plantadora de tabaco, em Tennessee, nos EUA. Em seu livro recente, "Uma verdade Inconveniente, o que devemos saber (e fazer) sobre o aquecimento global", num dos trechos, Al Gore escreveu:

"Nancy começou a fumar aos 13 anos e nunca parou. Tentou várias vezes, mas o cigarro realmente a dominava. Os cientistas já tinham concluído que a nicotina viciava mais do que a heroína; e os estudos mostravam que aqueles que começam a fumar na adolescência, ou antes, são os que mais têm dificuldade em parar. Mesmo depois de 1964, quando um relatório do Surgeon General (equivalente ao Ministério da Saúde brasileiro) afirmou de forma clara e inquestionável que fumar pode causar câncer no pulmão, as indústrias de cigarros continuaram trabalhando sem cessar para incentivar o público a não acreditar na ciência, tentando levantar dúvidas sobre o problema. ...Falei em público pela primeira vez sobre a morte de minha irmã quando aceitei a nomeação do Partido Democrata para a Vice-Presidência, em 1996. Era impossível não falar nela enquanto o país estava travando uma guerra contra as indústrias tabagistas. O objetivo era fazê-las mudar sua maneira de agir _ não mais ludibriar os jovens, levando-os a cometer o mesmo erro que Nancy cometera quando começou a fumar aos 13 anos. ... Sei, a partir desta experiência, que às vezes as pessoas demoram "a ligar os pontos", quando descobrem que um hábito ou comportamento antigo se revelam prejudiciais. ...Da mesma forma como os cientistas do ano de 1964 nos disseram claramente que o cigarro mata por causa do câncer de pulmão e outras doenças, hoje os melhores cientistas do século XXI estão nos dando um novo alerta. Eles nos advertem que o aquecimento e os poluentes que estamos lançando na atmosfera terrestre estão prejudicando o clima do planeta e colocando em grave risco o futuro da civilização humana. E mais uma vez, estamos demorando tempo demais para ligar os pontos". Fim

 

Como é ridículo saber que o ato de fumar tem participação em toda esta desgraceira que está acontecendo com a Terra, e que não consigamos fazer com que a maioria dos terráqueos saiba disto ou modifique os seus hábitos...

Pedimos: se virem uma placa à margem de alguma estrada brasileira orientando para que não sejam jogadas guimbas acesas no local, favor fotografá-la para que a publiquemos aqui. Conto com vocês, tá bom? Até hoje, nunca vi uma!?

Infográfico, Editoria de arte, Jornal O Globo, 16/fev/2005

Conseqüências do aquecimento global

Em 2005, o desfile da Escola de Samba carioca Império Serrano veio dar o fundo musical deste capítulo:

Um grito ecoa no ar_ Homem / Natureza _ o equilíbrio perfeito

" Clamando numa só voz, vem meu Império

A gente tem que pensar, é caso sério

Pra natureza sorrir, o homem tem que mudar

E aprender a preservar".

foto da Revista Veja,  25/out/06

James Lovelock

A entrevista que James Lovelock, cientista inglês independente, concedeu ao jornalista Diogo Schelp (revista Veja, 25/out/06), foi o alerta mais contundente que eu já lera sobre o riscos do desequilíbrio ecológico. Quando escrevi inicialmente este capítulo, entre 1994 e 95, dando o título que dera, AJUDEM A CUIDAR DO EQUILÍBRIO ECOLÓGICO, ANTES QUE O DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO CUIDE DE VOCÊS, parece que, sem ser ambientalista, intuía da energia reinante o que era para ser feito. Vale a leitura desta entrevista, sobretudo, se vocês puderem transformar a forma de se relacionar com o planeta e com os seres minerais, vegetais e animais que aqui se encontram. De preferência, sugiro que vocês se recolham de vez em quando, e prestem a atenção no que o íntimo de vocês diz sobre o que é possível fazer.

 

James Lovelock - A vingança de Gaya

The Green Initiative - De que lado você está?

Aquecimento Global, o que podemos fazer agora? Link (Yahoo)

Elevação dos mares

Como o Aquecimento Global vai afetar o Brasil? Link (Revista Época)

Mudanças no Clima, Mudanças nas Vidas LINK (Greenpeace)


 

O Mundo

Música de Zeca Baleiro, Chico César, Lenine e Paulinho Moska

o mundo é pequeno pra caramba
tem alemão, italiano, italiana
o mundo, filé à milanesa
tem coreano, japonês, japonesa

o mundo é uma salada russa
tem nêgo da Pérsia, tem nêgo da Prússia
o mundo é uma esfiha de carne
tem nêgo do Zâmbia, tem nêgo do Zaire

o mundo é azul lá de cima
o mundo é vermelho na China
o mundo tá muito gripado
açúcar é doce, o sal é salgado

o mundo - caquinho de vidro -
tá cego do olho, tá surdo do ouvido
o mundo tá muito doente
o homem que mata, o homem que mente

por que você me trata mal
se eu te trato bem?
por que você me faz o mal
se eu só te faço o bem?

(Repete tudo)

todos somos filhos de Deus
só não falamos a mesma língua.


Dia Mundial do Meio Ambiente 2007

O DEGELO, Um Assunto Quente.

em inglês, espanhol, francês, árabe, mandarim e russo

 
melting ice

É o gelo acabando e a nossa batata assando...


World Environment Day 2006 Algiers, Algeria
World Environment Day 2005 San Francisco, USA
World Environment Day 2004 Barcelona, Spain
World Environment Day 2003 Beirut, Lebanon
World Environment Day 2002 Shenzhen, People's Republic of China
World Environment Day 2001 Torino, Italy and Havana, Cuba
World Environment day 2000 Adelaide, Australia

 
Mudança Climática e a Produção de Alimentos

        WWF Homepage       

                        Biologia

 


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