Capítulo 25
E O QUE É SER FUMANTE PASSIVO ?
Kamil Yavuz © cartunista, Istambul.
Ser fumante passivo é inalar a fumaça do cigarro, cachimbo, charuto ou cigarrilha, apenas pelo simples ato de respirar; é poluir-se com a fumaça produzida pelo outro e jogada num ambiente partilhado por todos. Usa-se também o termo fumante involuntário ou fumante de segunda mão, com o mesmo significado. Entretanto, ser fumante passivo é, basicamente, ser uma pessoa com extrema dificuldade de expressar a sua vontade, de defender os seus direitos.
O próprio fumante ativo também é um fumante passivo quando está num ambiente fechado, ou seja, ele aspira involuntariamente a fumaça que acabou de expelir e aquela da ponta do seu próprio cigarro que queima. Esta fumaça chama-se poluição ambiental. Portanto, o fumante ativo deveria ser o primeiro a optar por fumar apenas ao ar livre.
As substâncias inaladas pelo fumante passivo permanecem em seu sangue por 48 horas.
Campanha do Ministério da Saúde - Instituto Nacional do Câncer
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam 2 bilhões de fumantes passivos no mundo. Desses, 700 milhões seriam crianças. Aproximadamente, a metade das crianças do mundo é fumante passiva !!!.
O fumo passivo é a maior causa de doença respiratória em crianças.
Uma outra forma de receber passivamente as substâncias tóxicas é a que ocorre com os fetos, os bebês que se acham ainda no interior das mamães. As substâncias passam, da mãe para o filho, via cordão umbilical.
Campanha do Ministério da Saúde
Além dessas, ainda existe uma terceira possibilidade: o leite materno. Há 3 vezes mais nicotina no leite da mamãe do que em seu sangue.
"Homem-Fumante-bomba"
Recomenda-se que, para uma pessoa estar bem hidratada, beba de 3 a 4 litros de líquidos variados ao dia, o que, aliás, pouca gente faz. O volume de ar inspirado por esta mesma pessoa, durante 24 horas, varia de 10 a 15 mil litros. Quer dizer, podemos aspirar quinze mil litros de ar, apenas em um dia e, nada podemos fazer para evitar isto. Portanto, seria muito sensato de nossa parte, tomarmos cuidado, prestarmos um pouco de atenção à qualidade do ar no ambiente onde vivamos.
Quando os estudos sobre os males do tabagismo começaram, visavam estabelecer quais as implicações para a organismo do fumante. A ciência médica se concentrou neste aspecto em particular. Depois de estabelecer-se um quadro bastante completo dos problemas, os pesquisadores concordaram que havia um outro tipo de fumante que não aquele que comprava o cigarro e o fumava regularmente: _ Este tipo de fumante foi, então, denominado fumante passivo ou fumante de segunda mão.
Segundo a OMS, 50 mil pessoas morrem, por ano no mundo, pelo fumo passivo.
Na hora do sufoco, chamaremos os para-médicos?
A campanha da OMS, para 2001, foi justamente sobre estes riscos :
O FUMO PASSIVO MATA, VAMOS LIMPAR O AR (let's clean the air).
Boa parte dos trabalhos científicos realizados nos dias atuais, diz respeito a esse tema. A poluição tabágica, como é conhecida, passou a representar um mal a ser combatido, de forma ainda mais intensa que à poluição ambiental tradicional, produzida pelos gases industriais ou pela poluição dos recursos hídricos, como, rios, lagos, baías e mares.
A tomada de consciência deste processo deve ser uma questão urgente para os que não fumam. Seu direito de não respirar ar poluído deveria ser respeitado, porém, ele tem de lutar por isto, uma vez que a dependência à nicotina torna o fumante ativo uma chaminé de fábrica ambulante e, já que ele se polui, não é comum vê-lo preocupado com a eventual poluição do outro. Se o fumante não consegue preservar-se, desrespeitando uma das maiores leis do reino animal, que é a auto-preservação, porque o faria habitualmente com a preservação do outro? Além do que, há clara comprovação de que a adicção à substâncias modifica o próprio caráter das pessoas.
Nos Estados Unidos, talvez pelas 500 mil mortes por ano devido ao fumo, já existe até uma fundação para ajudar: Fundação para os Direitos dos Não Fumantes Americanos.
Voltando aos estudos já realizados sobre esta matéria, os números são assustadores. Numerosos casos de doenças tabaco-relacionadas surgiram, incluindo cânceres, derrames e infartos, em pessoas que nunca fumaram.
Entre crianças, filhas de pais fumantes, a incidência de doenças do aparelho respiratório, tais como, gripes, tosses, bronquites, rinites e pneumonias, é muito maior. Além, é claro, de que a "passividade" da criança a longo prazo, pela exposição prolongada à nicotina + o exemplo dos pais, poderá facilitar sua entrada futura na escravidão à nicotina.
Um amigo, pneumologista infantil, considerado um craque na especialidade (da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Dr. Clemax Sant'Anna, realizou, em 1981, uma pesquisa em que entrevistou cem famílias, nas quais havia crianças de 0 a 7 anos. Entre as principais conclusões do trabalho, realço duas, em especial:
- crianças de 0 a 7 anos que convivem com fumantes, apresentam maior prevalência de problemas respiratórios do que aquelas cujos familiares não fumam
- a ocorrência de problemas respiratórios nos lares de fumantes pode ser imputada ao tabagismo passivo
No primeiro mundo, o reconhecimento dos riscos do fumo passivo está tão patente, que pais fumantes já estão sujeitos a perder a custódia de seus filhos, da mesma forma como acontece com os pais que são dependentes das chamadas drogas pesadas.
ENCARE OS FATOS
Os efeitos do fumo passivo não se restringem às crianças, por estas serem menos dotadas de defesas naturais. Recentemente uma senhora ganhou uma causa judicial, nos EUA, por ter adquirido Enfisema Pulmonar pelo excesso de poluição tabágica em seu ambiente de trabalho, após longos anos como secretária de um executivo fumante.
Nos países mais desenvolvidos da Europa, no Canadá e nos Estados Unidos, onde esta conscientização já vem acontecendo há mais tempo ( até porque morre muita gente lá por causa do fumo, e há muito mais tempo ), as limitações ao ato de fumar em ambientes públicos está se tornando a cada dia mais forte.
Ministério da Saúde do Canadá - "Não nos envenene".
Em Nova york, desde 30 de março de 2003, por insistência do prefeito Michael Bloomberg, está proibido fumar em qualquer restaurante, bar, lanchonete, pub, nightclub, birosquinha, confeitaria, etc. Em 30 de agosto de 2004, o prefeito concedeu uma entrevista à CNN.com, na qual respondeu à pergunta sobre se os novaiorquinos ainda estariam queixando-se do banimento do fumo: "Não, isto é passado. Quando você dá uma parada num bar, eles brandem o cigarro para você de forma totalmente natural. Eu penso que a maioria das pessoas compreende que fumar não é bom. Você pode fumar, mas você não pode forçar outra pessoa a fumar".
Há, no primeiro mundo, uma tendência a não se contratar profissionais que sejam fumantes. Lá, ao contrário do que acontece nos países menos informados, "inverteu-se a mão da rua". Agora é considerado deselegante e desrespeitoso, um indivíduo tirar um cigarro do maço e acendê-lo numa reunião social. Denota a presença de alguém atrasado, com mentalidade incompatível com a boa aura que espera-se para o século XXI, até porque não há perspectiva de manutenção da vida no planeta, se não acontecer uma grande reviravolta no estilo de vida dos terráqueos...
Nos países do terceiro mundo, entretanto, o não fumante ainda não percebeu, com clareza, a que está expondo-se. Ainda há uma incrível timidez, característica de povos colonizados, onde aquele que exige que se respeite seu ar puro nada mais é do que o chato de plantão. Ou pior, como o fez o jornalista Jaguar, antigo defensor das liberdades individuais e coletivas, na fase ditatorial de nossos governos militares, em sua coluna num jornal carioca (O Dia, 17/02/99), na qual definia como "arreganho facista", a tentativa de evitar a poluição ambiental no interior de aeronaves. Não sei se vocês sabem o que viria a ser um arreganho facista, porém, posso assegurar-lhes que não é um elogio.
Para vocês terem uma pequena idéia de como as coisas estão adiantadas no andar de cima, quando o assunto é fumo passivo, naquele estádio de futebol nos Estados Unidos, onde a Seleção Brasileira sagrou-se tetracampeã mundial (vencendo a disputa de pênaltis contra a Itália), em 1994, pois bem, no interior do estádio, em qualquer lugar de suas dependências, foi proibido fumar naquela final de Copa e durante quaisquer outros dos jogos anteriores. O comitê organizador da Copa do Mundo de futebol de 2002 informou a todos, com bastante antecedência, que também seria proibido o fumo nos estádios, durante a competição, como foi mesmo. O mesmo ocorreu com nas Olimpíadas de inverno de 2002, em Salt Lake City (EUA).
Fumaça de tabaco proibida nos estádios
Por outro lado, cito aqui uma conversa que tive com a Maria Machado, uma colega de hospital, que trabalhava numa sala pequena, com pouca ventilação, ao lado de duas fumantes. Isto à época em que começava a escrever este trabalho, em 1994. Quando a questionei sobre o fato de ela não reclamar daquele fumacê, a resposta foi : "eu sou de paz, os incomodados que se mudem. Quando a fumaça está demais ou eu não estou bem naquele dia, saio e vou dar uma volta. Não quero brigas, mal estar."
Uma sugestão de um eminente psicólogo, William Reich, é o da pessoa, ao acordar, passar 5 minutos à frente do espelho repetindo: " Não ! Não ! Não ! ".
Nossa civilização tem muita dificuldade em dizer NÃO !
No Brasil, entretanto, existem diferenças marcantes na observação desse assunto. Por exemplo, pela vontade política de Paulo Maluf, então prefeito da cidade de São Paulo, a lei municipal que impedia o fumo em ambientes fechados, era totalmente cumprida nos shoppings paulistanos. Como no Morumbishopping, que visitei há mais de 10 anos, onde não só era proibido fumar como, para apargar-se um cigarro inadvertidamente aceso, tinha-se que sair do estabelecimento, pois, nem cinzeiros havia nos corredores. Lá, fumava-se apenas dos portões para fora. Já no Rio de Janeiro, o mesmo estava longe de acontecer, nos idos de 1994. No Barrashopping, por exemplo, a tiurma fumava, sem qualquer constrangimento, por todos os corredores. Se dosássemos a poluição no interior deste shopping, certamente encontraríamos níveis elevadíssimos de poluentes, inclusive, os cancerosos. Pobre dos fumantes passivos que lá trabalhavam ou frequentavam, pois, desconheciam totalmente os riscos que estvam correndo naquele ambiente fechado.
ancelmo gois, O Globo, 18/set/2004
Bom, parece que nem tudo está perdido. Há sinais de vida inteligente e afetiva no planeta...
foto João Paulo Engelbretch, Jornal do Brasil, 20/set/2004
Os centros de compras da minha cidade, Rio de Janeiro, também ficarão livres da fumaça tóxica. A partir de outubro de 2004, por força da lei federal 9.294/96 e por vontade política do prefeito carioca César Maia, fumar só será permitido fora dos shoppings. O mesmo acontecerá em qualquer ambiente fechado e de uso coletivo na cidade. Torço para que Deus inspire e fortaleça a alma dos meus colegas da Vigilância Sanitária municipal que vão fazer a implantação da nova ordem.
Fotos do Globo e do JB on line, 16/out/2004
Em 15 de outubro de 2004, começou a valer a lei da proibição de fumo em local de uso coletivo na minha cidade, Rio de Janeiro. Pude ouvir e ler toda sorte de disparate sobre o fato, desde o sindicato de donos de lojas garantindo que as vendas vão cair, a diversos fumantes afirmando que fumar em qualquer lugar seria um direito deles (provavelmente, querendo dizer que todos os que pensam em contrário, para serem pacas faltariam apenas as asas. Ih! Mas pacas não têm asas...).
Vou direcionar as minhas orações noturnas, mais do que nunca, aos meus brôs da Vigilância Sanitária, que vão ralar para que a lei seja cumprida.
Lembro que o prefeito César Maia, em outro mandato de sua prefeiturança, ao lutar por fazer valer a lei que obrigava as pessoas a usarem cinto de segurança ao dirigir veículos automotivos, na metade da década de noventa (o que certamente já deve ter salvo a vida de centenas de cariocas e simpatizantes), por mais óbvio que pudesse parecer a necessidade do uso do mesmo, teve que colocar guardas multando ostensivamente os incautos em cada esquina. Diz uma especialista em trânsito de minhas relações, Lilian Brower Gomes, psicóloga radicada em Paris, que há quatro justificativas para as pessoas não quererem usar cinto: é incômodo, pode prender o usuário que cair num rio ou de um penhasco, é uma ordem e, a principal delas, a cada vez que coloca-se o cinto pensa-se na possibilidade de um acidente e na própria morte. Ninguém quer pensar na própria morte... A gente quer é ser feliz, morô?
A proibição do fumo em algum lugar, qualquer lugar, pode fazer lembrar ao fumante que o seu fumo faz mal, que faz mal ao outro, e se faz mal ao outro, como deve fazer mal a si próprio. É melhor não pensar nisto e dizer que já que pacas não têm asas, esta turma que fala mal da fumaça é tudo paca mesmo. E cadê o gerente deste shopping que não protesta e não diz que as vendas vão certamente cair, que o sistema de ventilação ultrahipersophysticatedmodernoso do estabelecimento dá conta totalmente das 6 mil substâncias tóxicas e que esta turma do antitabagismo é tudo paca mesmo?
No final do mês de março de 1997, o Departamento de Aviação Civil do Brasil (DAC), baixou norma, seguindo movimento mundial neste sentido, proibindo fumo em aviões, em vôos de curta duração. É claro, que em viagens de longa duração, esta medida deveria ser ainda mais obrigatória, porque aumenta o tempo de fumo passivo das pessoas, porém, para muitos fumantes seria praticamente impossível viajar, devido à síndrome de abstinência nicotínica. O interessante foi que, no dia seguinte ao da regulamentação, ouvi opiniões de fumantes, do tipo: "Esta lei é um absurdo. Fumar é uma questão de foro íntimo", esquecendo-se de que existem poucos foros tão íntimos quanto os interiores dos pulmões e das artérias daqueles que não fumam. Enquanto isto, na mesma época nos EUA, sessenta mil aeromoças e comissários de bordo entraram com ações na justiça pedindo indenização, de cinco bilhões de dólares, pelas horas que passaram expostas ao fumo dos passageiros. Estas ações judiciais vieram encabeçadas por uma aeromoça da American Air Lines, Norma Broin (1, 2, 3, 4, 5), que teve câncer de pulmão, após duas décadas trabalhando em aviões repletos de fumaça de cigarro. Segundo os últimos informes, também nos vôos internacionais (os mais longos), deverá, em breve, haver proibição para o fumo a bordo. Hoje em dia, no Brasil do século XXI, seja em viagens de curta, média ou longa duração, o fumo está vetado.
Fumo de segunda mão kamil Yavuz © Turquia
Pois bem, em 22 de Outubro de 1998, um juíz de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o Dr. Guilherme Pinho Machado, concedeu liminar proibindo o fumo em qualquer tipo de vôo realizado por aeronave brasileira, seja em viagens nacionais ou internacionais, com multa de mais de quarenta mil dólares para quem descumprir a sua ordem. A razão de sua atitude, segundo ele: "salvaguardar a saúde dos não fumantes". Na manhã da sexta-feira, dia seguinte à liminar, todos os principais jornais brasileiros estamparam em manchete a boa nova.
Campanha anti-fumo do CDC_OMS
Escolha o seu veneno. O fumo passivo contém 43 substâncias conhecidas por provocarem câncer.
E, enquanto isto, percebendo que não há qualquer dúvida quanto aos malefícios do fumo para o fumante, as indústrias do tabaco tentam desesperadamente criar a idéia (falsa) de que o fumo passivo não faz mal à saúde. Isto se explica, pois, no primeiro mundo, um dos motivos que estão contribuindo para que pessoas abandonem o cigarro, é justamente a pressão exercida pelos não fumantes, exigindo a preservação da qualidade do seu ar. A pressão dos não fumantes tem salvo a vida de muitos fumantes nos países do primeiro escalão. A indústria tenta, portanto, diminuir esta importantíssima militância dos fumantes passivos.
Para vocês verem como as coisas evoluem rapidinho, reproduzo nota publicada na super coluna da Danuza, no Jornal do Brasil (12/05/98): "AVISO AOS NAVEGANTES - Nos vôos "no smoking" das companhias aéreas americanas não se pode fumar mes-mo e uma brasileira deu um ve-xa-me sábado, pouco depois de sair de Nova York com destino ao Rio, pela American Airlines. Acendeu um cigarro, discutiu quando lhe disseram ser proibido, ameaçou ir fumar no banheiro e não desistiu nem quando a aeromoça disse que se continuasse seria presa. Resultado, o avião voltou para o Aeroporto Kennedy, a moça foi levada pela polícia e os passageiros tiveram que esperar uma hora e meia até ser localizada a bagagem da fumante incontrolável; ela será deportada para o Brasil e nunca mais poderá por os pés em território americano - que coisa".
Deu no JB: "passarinho morre por fumo passivo". Um piriquito australiano, de uma senhora que era grande fumante, segundo os veterinários que fizeram a autópsia, morreu de câncer de pulmão por tabagismo passivo.
pesquisa do centro de apoio ao tabagista, de 1994
Este gráfico representa o grau de poluição domiciliar das casas dos alunos do Colégio Andrews. 52,8% destes alunos tem ou o pai ou a mãe, ou ambos, fumantes em casa. Em contra-partida, apenas 47,2% deles tem a casa livre da poluição por cigarros. Esta proximidade familiar à exposição tabágica pode contribuir, tanto para a tolerância social futura do fumante passivo, quanto à sua própria entrada no vício.
pesquisa do centro de apoio ao tabagista, de 1994
Novamente, constatamos com este gráfico das famílias da Escola Municipal Silveira Sampaio, que o grau de poluição tabágica domiciliar a que estão expostas as crianças é extremamente elevado. Metade das casas dos 169 alunos da Escola Municipal Silveira Sampaio tem pelo menos um dos pais fumantes.
Sugiro, aos fumantes passivos, conhecer e utilizar a oração do glorioso São Jorge, principalmente o trecho que reproduzo em seguida: "Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem e, nem pensamentos possam ter, para me fazerem mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar" , quando, então, eu acrescentaria: - "Que a fumaça entre em meus pulmões, sem ao meu sangue intoxicar !"
_ " Você se importa se eu fumar? "
_ "Você se incomoda se eu morrer?"
Lido num cartaz colado na sala de xerox do Hospital Gaffrée Guinle, no Rio de Janeiro: "
A TERRA POSSUI: 5 OCEANOS, 13 MARES, 5 CONTINENTES E 148 MILHÕES DE KILÔMETROS QUADRADOS. COM TANTO LUGAR NO MUNDO, V. TINHA QUE FUMAR LOGO AQUI? ". (AUTOR DESCONHECIDO)
Jornalista Fábio Turci
Matéria do Fantástico _ 02/ago/2009 _ Fumo involuntário
fotos feitas nas dependências de uma das plataformas de prospecção de petróleo da Petrobras, nov/2006
Numa plataforma de Petróleo, por motivos óbvios, não é permitido fumar livremente. Um informante, amigo da causa anti-tabagismo, enviou-me estas duas fotos, realizadas em novembro de 2006, na plataforma P-47. Elas mostram os tetos de duas salas: a primeira é aquela onde os petroleiros podem fumar e a segunda onde o fumaça não é permitida. Imaginem como devem estar não o teto, mas os pulmões e artérias dos petroleiros fumantes em comparação com os não fumantes... Estas fotos retratam à perfeição, o absurdo antiecológico que é fumar.
Kamil Yavuz, cartunista, Istambul
É bom saber que:
a fumaça que sobe daquele cigarro que queima "inofensivamente", repousado sobre um cinzeiro, é a pior de todas. Ela contém 3 a 5 vezes mais nicotina e monóxido de carbono e, pasmem, 50 vezes mais substâncias cancerígenas oriundas do alcatrão. Esta fumaça representa 95% da poluição produzida pelo fumante.
O risco de desenvolver Câncer de Pulmão, para um fumante passivo, é três vezes maior do que para os que não estejam expostos à fumaça alheia !!
Organização Panamericana de Saúde
Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, é mais um dos artistas brasileiros importantes a participar do movimento pelo banimento do tabaco.
As mulheres, já suficientemente tocadas pelo câncer de mama, têm agora a notícia de que se continuam a fumar, podem ter mais facilidade para espalhar o tumor para outros órgãos, principalmente, os pulmões. Além do que, está bastante comprovado que o fumo passivo é um baita fator de risco para este tipo de câncer. (1,2,3,4,5).
O Globo, 20.junho.2002, em matéria de David Derbyshire, do Daily Telegraph
Em junho de 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um monumental estudo de meta-análise sobre 3.000 estudos sobre os efeitos do fumo passivo na humanidade. Esta obra foi esculpida por 29 especialistas, de 12 diferentes países. O último relatório da OMS sobre o fumo passivo era de 1986, deixando perguntas sem respostas, o que não acontece com este novo trabalho. Além das conhecidas relações entre o fumo passivo e tumores de pulmão, infartos e derrames, os pesquisadores estabeleceram correlação inquestionável entre o fumo e cânceres de rim, fígado, estômago, útero e leucemia mielóide. O presidente da apresentação pública do painel da OMS, Dr. Jonathan Samet, da Universidade John Hopkins, EUA, afirmou:_ " O problema é muito maior do que se pensava. Pelo menos, mais de cem mil (100.000) casos anuais de câncer podem ser atribuídos ao fumo passivo ".
Reuters
A Irlanda baniu totalmente o fumo em lugares públicos, em março de 2004, incluindo os bares, pubs e restaurantes.
Tobacco facts (dados extraídos de página da OMS - de 12 de agosto de 2003)
- Tobacco causes around 13 500 deaths per day _ O tabaco causa aproximadamente 13.500 mortes por dia
- Half of children are exposed to tobacco smoke at home _ A metade das crianças está exposta à fumaça de tabaco em casa
- 47.5% of men smoke _ 47,5% dos homens fumam
- 10.3% of women smoke _ 10,3% das mulheres fumam
- Tobacco causes serious health problems [pdf 363kb] _ O tabaco causa sérios problemas de saúde
- A cigarette is the only legally available consumer product that kills through normal use _ Um cigarro é o único produto adquirido legalmente pelo consumidor que mata pelo seu uso normal
Fumo Involuntário - análise retrospectiva de 192 países - publicada em 2010
Notícias:
Irlanda vai banir fumo dos locais de trabalho, incluindo os bares, a partir de 2004 , em inglês, 30/jan/2003 New York Times
Paraíso dos fumantes, a Espanha parte em guerra contra o cigarro, 19/jan/2003 Le Monde
Restaurantes da Zona Sul carioca acabam com o espaço para fumantes, 08/jun/2003 Jornal O Globo
Lobby contra fumo agora pressiona Londres, 30/mar/2004, Jornal O Globo
Fumo passivo aumenta risco de morte em 15%._Proibição de cigarro em lugar público evita mal cardíaco, 6/abr/2004 Jornal O Globo
Conselho municipal australiano vai proibir guimbas e fumo na praia, 18/mai/2004 CNN.com
Temporada de caça aos fumantes, 20/set/2004 Jornal do Brasil (apesar de discordarmos do título da matéria, indicamo-la pelo conteúdo)
É proibido fumar, 16/out/2004 Jornal do Brasil
Passeio com cigarro na mão, nova lei italiana faz fumantes irem para as praças, Jornal O Globo, 11/jan/2005, em matéria de John Phillips, do Independent
Cartunista Ziraldo
Lei antifumo: fiscais fazem blitz na capital paulista
A semana que culmina em 7 de agosto de 2009 é um marco para a saúde pública brasileira:
PROIBIDO FUMAR EM LUGARES FECHADOS DE USO COLETIVO NO ESTADO DE SÃO PAULO
Kamil
