The New York Times

 

 

 

July 31, 2007

Pesquisa Descobre, A Adicção em Nicotina É Rápida nos Jovens

 

By NICHOLAS BAKALAR

 

Um fumante de cigarros jovem pode começar a sentir desejos poderosos por nicotina em dois dias após a primeira tragada, descobriu um estudo recente, e em torno de metade das crianças que se tornaram adictas referem sintomas de dependência apesar de estarem fumando apenas sete cigarros por mês.

 

“A importância deste estudo é que ele contradiz o que tem sido o conhecimento aceito há muitas décadas”, disse o Dr. Joseph R. DiFranza, o autor principal, “que é o de que a pessoa tinha que fumar ao menos cinco cigarros por dia por um longo período de tempo para correr o risco de se tornar adicta à nicotina. Agora, nós sabemos que as crianças podem ser escravizadas muito rapidamente”. O Dr. DiFranza é um professor de medicina de família na Universidade de Massachusetts.

 

Os pesquisadores recrutaram 1.246 voluntários da sexta série de escolas públicas de Massachusetts, entrevistando-os 11 vezes ao longo de um período de 4 anos. Eles também coletaram amostras de saliva para determinar níveis sanguíneos de nicotina e correlacioná-los a comportamento adictivo. Em algum momento, durante os quatro anos, um terço das crianças deu uma baforada num cigarro, mais de 17 por cento tragaram, e por volta de 7,5 por cento usou tabaco diariamente.

 

Como, para haver liberação suficiente da droga para causar dependência, é necessário tragar, os pesquisadores limitaram as suas análises, publicadas na revista de julho da The Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, nos 217 estudantes que tragaram do grupo. A média de idade deles quando eles tragaram pela primeira vez foi de 12,8 anos. Destes, quase 60 por cento tiveram perda do controle sobre o seu fumo, e 38 por cento desenvolveu dependência ao tabaco tal como está definida pelo manual de diagnóstico amplamente utilizado publicado pela Organização Mundial da Saúde.

 

Em 10 por cento das crianças que foram mais suscetíveis, as fissuras começaram com 2 dias após a primeira inalação, e análise da saliva mostrou que ser dependente não requer níveis de nicotina altos no sangue ao longo do dia. Em alguns casos, a dependência pode ser diagnosticada tão precocemente quanto em 13 dias após o primeiro episódio de fumo.

Para a maioria dos inaladores, fumar diariamente não foi necessário para causar sintomas de abstinência. Mais de 70% tiveram fissura que foram difíceis de controlar antes que eles estivessem fumando todos os dias. As análises bioquímicas confirmaram isto: os sintomas de dependência começaram na maioria dos casos aos mais baixos níveis de aspiração de nicotina.

“Nós sabemos muito pouco sobre a história natural da dependência”, disse Denise B. Kandel, professora de ciências médico-sociais da Universidade de Columbia e pesquisadora sobre adicção com muitas publicações, que não esteve envolvida neste estudo. “Este é realmente o primeiro estudo que toca no assunto. A sua força é que DiFranza acompanhou uma amostra de adolescentes da comunidade e entrevistou-os a cada três meses, o que é muito difícil de fazer”.

 

“Por outro lado”, ela prosseguiu, “a sua definição de dependência está baseada em sintomas simples, o que pode dar margem a questionamentos”.

A definição de adicção ao tabaco é controversa, mas os cientistas usam critérios largamente aceitos para diagnosticar dependência e um questionário bem validado para determinar a extensão de até onde os fumantes permitiram que o hábito ditasse os seus comportamentos.

Os pesquisadores escrevem que pode parecer implausível que o fumo intermitente provoque alívio dos sintomas de abstinência. Mas de fato uma dose pequena de nicotina tem efeitos no cérebro que podem durar até um mês, e a nicotina obtida por uma ou duas tragadas ocupará metade dos receptores nicotínicos do cérebro, as moléculas procuradas especificamente pela nicotina na adicção ao tabaco.

O reconhecimento dos autores de que alguns de seus dados são retrospectivos e vêm de relatórios auto-preenchidos, podem ser indignos de confiança, e que não é possível tirar conclusões de populações diferentes das de suas amostras. Somado a isto, eles não consideraram os papéis da puberdade, do álcool e do uso de outro tipo de droga. Mas o estudo tem fortalezas consideráveis na mensuração da freqüência e duração do fumo e na coleta de dados sobre exposição por análises bioquímicas, assim como pelas entrevistas repetidas.

“As pessoas costumam pensar que o uso pesado e prolongado cause a adicção”, disse Dr. DiFranza. “Agora, nós sabemos que é o contrário: a adicção é que causa o uso pesado e prolongado”.

 

The New York Times

 

The New York Times

 

 

July 31, 2007

Nicotine Addiction Is Quick in Youths, Research Finds

By NICHOLAS BAKALAR

 

A young cigarette smoker can begin to feel powerful desires for nicotine within two days of first inhaling, a new study has found, and about half of children who become addicted report symptoms of dependence by the time they are smoking only seven cigarettes a month.

“The importance of this study is that it contradicts what has been the accepted wisdom for many decades,” said Dr. Joseph R. DiFranza, the lead author, “which is that people had to smoke at least five cigarettes a day over a long period of time to risk becoming addicted to nicotine. Now, we know that children can be addicted very quickly.” Dr. DiFranza is a professor of family medicine at the University of Massachusetts.

The researchers recruited 1,246 sixth-grade volunteers in public schools in Massachusetts, interviewing them 11 times over a four-year period. They also took saliva samples to determine blood levels of nicotine and link them to addictive behavior. At some time during the four years almost a third of the children puffed on a cigarette, more than 17 percent inhaled, and about 7.5 percent used tobacco daily.

Since inhaling is required for sufficient drug delivery to cause dependence, the researchers limited their analysis, published in the July issue of The Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine, to the 217 inhalers in the group. Their average age when they first inhaled was 12.8 years. Of these, almost 60 percent had lost some control over their smoking, and 38 percent developed tobacco dependence as defined by the widely used diagnostic manual published by the World Health Organization.

In the 10 percent of children who were most susceptible, cravings began within two days of the first inhalation, and saliva analysis showed that being dependent did not require high blood levels of nicotine throughout the day. In some cases dependence could be diagnosed as early as 13 days after the first smoking episode.

For most inhalers, daily smoking was not required to cause withdrawal symptoms. More than 70 percent had cravings that were difficult to control before they were smoking every day. The biochemical analyses confirmed this: the symptoms of dependence began mostly at the lowest levels of nicotine intake.

“We know very little about the natural history of dependence,” said Denise B. Kandel, a professor of sociomedical sciences at Columbia and a widely published addiction researcher who was not involved in the study. “This is really the first study that addresses the issue. Its strength is that DiFranza has followed a community sample of adolescents and interviewed them every three months, which is very difficult to do.

“On the other hand,” she continued, “his definition of dependence is based on single symptoms, which may be open to question.”

The definition of tobacco addiction is controversial, but the scientists used widely accepted criteria to diagnose dependence and a well-validated questionnaire to determine the extent to which smokers had allowed the habit to dictate their behavior.

The researchers write that it may seem implausible that intermittent smoking could provide relief from withdrawal symptoms. But in fact a single dose of nicotine has effects on the brain that can last as long as a month, and the nicotine obtained from just one or two puffs on a cigarette will occupy half of the brain’s nicotinic receptors, the molecules specifically sought by nicotine in tobacco addiction.

The authors acknowledge that some of their data is retrospective and comes from self-reports, which can be unreliable, and that it is not possible to draw conclusions about other populations from their sample. In addition, they did not consider the roles of puberty, alcohol and other drug use. But the study has considerable strengths in measuring frequency and duration of smoking and in collecting exposure data by biochemical analysis as well as by repeated interviews.

“People used to think that long-term heavy use caused addiction,” Dr. DiFranza said. “Now, we know it’s the other way around: addiction is what causes long-term heavy use.”